quinta-feira, 12 de maio de 2011
68 LOCKED INSIDE | TRANCADO
There is nothing like this sweet refuge, ineffable silence after the tremor and terror of a war that was never mine...
Defeated, I walk these long and empty corridors of this house of gods and take a deep breath, let my body of no longer of flesh and blood exhale the rest of the earthly world and inhale all of this divinity. It feels like small hands are guiding me to a room in the center of this sanctuary, where peace and rest stream like an endless river, where walls are like arms that lull and squeeze me in a motherly embrace...
This house is not mine, but I've suffered so much to get here... Others like me have traced the same path, have overcome the same obstacles and made the same sacrifices, but at the last crossroads, at the last choice, turned to the cruel alternative. Such a stupid destiny is theirs, a torment of blood and pain and disappointment, while in this empty room the dirty blood is cleaned from my skin and scars, and my suffering is so sweetly lessened, sleep is so much better than what my tortured mind had expected...
Such a pointless decision is theirs, I think, to fight for a cause that not even hope believes in, instead of accepting their deserved reward for so many troubles, and again my anger builds... I can't quite understand what they hope to accomplish in their bizarre actions, and other type of latent hurting, the kind that not even this lovely room can heal, crushes me for knowing that these people so dear to me are so far away, still endangered...
But my worries are short-lived, for sleep and exhaustion and the small, empty hands murmur to my ear, tell me it is my time to slumber, to rest after a life of doubt and meaningless fighting... My dark musings are covered by a deep white velvet, as void as this house of gods, and a dreamless sleep imobilyzes me in body and soul...
However part of my wondering remains, a seed sheltered under the cover of this peace, as pale and ephemeral as snow...
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Não há nada como este doce refúgio, inefável silêncio após o tremor e o terror de uma guerra que nunca foi minha…
Derrotado, percorro os corredores longos e vazios desta casa de deuses e respiro fundo, deixo o meu corpo que já não é carne e osso exalar o resto do mundo terreno e inspirar toda esta divindidade. Parece que pequenas mãos me guiam até um quarto no centro deste santuário, onde a paz e o descanso correm como um rio sem fim, onde as paredes são como braços que me embalam e me apertam num abraço maternal…
Esta casa não é minha, mas sofri tanto para cá chegar… Outros como eu percorreram o mesmo caminho, ultrapassaram os mesmos obstáculos e fizeram os mesmos sacrifícios, mas na última bifurcação, na última escolha, optaram pela cruel alternativa. Que destino tão estúpido o deles, o calvário do sangue e dor e desilusão, enquanto neste quarto vazio o sangue sujo é-me lavado da pele e das cicatrizes e o sofrimento é tão docemente aliviado, o sono é tão melhor do que a minha mente atormentada esperava…
Que decisão tão parva a deles, penso eu, lutar por uma causa em que nem a própria esperança acredita em vez de aceitar a recompensa merecida por tantas atribulações, e logo a raiva volta a acumular-se… Custa-me entender o que esperam conseguir com as suas estranhas acções, e outro tipo de sofrimento latente, daquele tipo que nem este amável quarto me pode curar, esmaga-me por saber estas pessoas que me são queridas tão longe de mim, ainda em perigo…
Mas a minha inquietação dura pouco, pois o sono e a exaustão e as pequenas, vazias mãos murmuram-me ao ouvido, dizem-me que chegou a minha hora de dormir, de descansar de uma vida de dúvidas e lutas sem sentido… A preocupação é coberta por um profundo branco, tão vazio como esta casa de deuses, e um sono sem sonhos imobiliza-me em corpo e alma…
Porém parte da minha curiosidade fica, uma semente abrigada sob a cobertura desta paz, tão alva e efémera como neve...
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